quinta-feira, 4 de junho de 2009

"Em certas ocasiões, o destino se assemelha a uma pequena tempestade de areia, cujo curso sempre se altera. Você procura fugir dela e orienta seus passos noutra direção. Mas então, a tempestade também muda de direção e o segue. Você muda mais uma vez o seu rumo. A tempestade faz o mesmo e o acompanha. As mudanças se repetem muitas e muitas vezes, como num balé macabro que se dança com a deusa da morte antes do alvorecer. Isso acontece porque a tempestade não é algo independente, vindo de um local distante. A tempestade é você mesmo. Algo que existe em seu íntimo. Portanto, o único recurso que lhe resta é se conformar e corajosamente pôr um pé dentro dela, tapar olhos e ouvidos com firmeza a fim de evitar que se encham de areia e atravessá-la passo a passo até emergir do outro lado. è muito provável que lá dentro não haja sol, nem lua, nem norte e, em determinados momentos, nem hora certa. O que há são pequenos grãos de areia finos e brancos como osso moído dançando vertiginosamente no espaço. Imagine uma tempestade de areia desse jeito. [...]
E quando a tempestade passar, na certa lhe será difícil entender como conseguiu atravessá-la e ainda sobreviver. Aliás, nem saberá com certeza se ela realmente passou. Uma coisa porém é certa: ao emergir do outro lado da tempestade, você já não será o mesmo de quando nela entrou. Exatamente, esse é o sentido da tempestade de areia.”

- palavras do menino chamado Corvo, Kafka a beira-mar de Haruki Murakami

sábado, 23 de maio de 2009

o veneno que te mata é voce mesmo quem fabrica.

A noite é preenchida por calafrios, pensamentos brotam em forma de frenéticos delírios.
Debruçado sobre a mesa, aquele veneno começa a cobrir cada nervo, artéria e veia do seu corpo até ocupar totalmente seu cérebro e dominar seus pensamentos, suas lembranças aparecem em forma de imagens que rapidamente são queimadas por uma chama negra que brota bem no fundo do seu intimo. Não se sabe ao certo se existe dor, só o vazio é evidente. Afogado em seus desejos acabou mais uma vez adormecido.
Você sabe como parar, o veneno que te mata é você mesmo quem fabrica.