quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Náufrago

Eu queria, por uma única vez, escrever uma coisa bonita, dessas que podemos transformar numa paisagem de outono, com todas as suas folhas secas, amareladas, voando vagarosamente entre os velhos bancos do bosque no ritmo da brisa quase gélida que em pequenos intervalos de tempo tende a soprar.
Devia descrever seus olhos e cílios, seus lábios, seu sorriso incomum em contraste com o céu negro ou azul, podia ser rubro, até verde porque a cor dele tanto faria. Devia escrever uma página inteira apenas com o seu nome a navegar pelas linhas e transbordar pelas margens numa correnteza certeira que acabaria em meus braços confortando e esquentando seu corpo num naufragado abraço.

7 comentários:

  1. muito bom escrito, gostei mesmo, além do blog todo ser interessante. continue sempre na levada.

    abraço.

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  2. obrigado pelas palavras, meu caro!

    um grande abraço.

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  3. Gostei muito, ficou lindo!
    ",podia ser rubro, até verde porque a cor dele tanto faria."
    Parabéns.

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  4. Oi, Guilherme! Encontrei seu blog através dos seus comentários no blog da Kleninha! Adorei seus textos! Vc escreve muitíssimo bem! Parabéns pela sensibilidade que vc coloca em suas palavras!

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  5. Que a correnteza provoque um naufrágio.

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  6. Eu que queria, por uma única vez dissertar assim!! gosto dos teus escritos.Parabéns!

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  7. Não há nada de mais belo a ser escrito do que as coisas que vem lá de dentro, do fundo, que enchem os olhos mas não saciam a sede de palavras, pelo contrário, aumentam-na. Parabéns, um blog encantador!

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