segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um troféu que não quero ganhar

a indiferença roendo as unhas
escorregando para baixo dos lençóis
igual a uma sombra
e eles estão esperando
a morte está esperando
o mundo está esperando
um troféu que não quero ganhar.

eu deito olhando para a parede
e as estrelas ficam mais próximas,
enquanto isso
tenho pernas de aranha
e posso caminhar pelo teto,
pelos prédios,
posso correr para o inferno
e voltar

mas não me pergunte sobre objetivos,
não me fale sobre potencial
"oh guilherme, ei guilherme por que não faz isso e aquilo?
o que você quer? assim você não ganha nada!"

não faça isso.

todos por aqui temem o nada
enquanto eu o abraço
com minhas pernas de aranha
e
sou louco e errado por isso
e
sou doente por isso.

oh não, eu não vou deixar nada para o mundo
e isso basta

7 comentários:

  1. "todos por aqui temem o nada
    enquanto eu o abraço
    com minhas pernas de aranha
    e
    sou louco e errado por isso"

    aqui também...

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  2. Também adorei essa citação à cima.
    O mundo exige tanto de nós, mas para que? Para nos tirar tudo, e nos tornar novamente ao nada.

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  3. é verdade, e é tão triste... tão nulo. só toma cuidado pras tuas pernas de aranha nao acabarem te sufocando em um abraço de desespero qualquer dia desses.

    eu admiro o seu affair com o nada, e estaria nele se eu confiasse em mim mesma para sobreviver assim. entretanto, como eu sei que eu me mataria, prefiro ficar de longe, na mentira, invejando e sentindo pena de quem tá la dentro.

    só que eu tenho uma noticia ruim: ce vai deixar algo pro mundo sim, rapaz. contos poemas e um niilismo convicto dignos de biblioteca...

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  4. vc escreve pra mim neh? você conversou comigo antes de escrever esse texto? haha, se eu tivesse certeza de que não me conhece podia jurar que sim.
    Adooooro seu blog, seus posts, nem tanto as metáforas mas o modo como pensa, bem parecido comigo, ou não, vai saber. sei que gosto.
    Parabéns! =DD
    se um dia eu honrar visita ai www.denuncia-anonima.blogspot.com

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  5. E que cada louco possa ter a liberdade de ser tão insano quanto queira.

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  6. É livre aquele que cria, e você criou sua perna de aranha. Abraçou o nada, é com zelo. Pois se tudo explica tudo e nada explica nada o que explica esse ser ou não ser? E os objetos e esse fedonhos pesadelo que tirão de nós os nosso sossego. Para quê? Segundo uma passagem da sagrada escritura Viemos do pó e para o pó voltaremos. Ou seja viemos do nada e para lá voltaremos. Pelo poema Guilherme.

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  7. Olá Guilherme, tudo bem amigo?
    Li alguns poemas que você publicou em seu blog e gostei muito. Criei um blog (jusdiverso.blogspot.com) para que seja um espaço para todos aqueles que amam digitar seus artigos, pensamentos, opiniões,poemas, em fim, escrever. Seria uma honra tê-lo como parceiro. Caso se interesse, me mande um email (getulio.melo@hotmail.com) com seu texto e alguma informação sua para que eu possa citá-lo. É isto, qualquer coisa entre em contato comigo. Sucesso e até mais

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