sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11.11.11

tem uma chuva fina
quase invisível
ensopando minha
janela

e eu me perguntei
sobre ti
a primeira vez que
abri os olhos
hoje.
os pássaros estão mudos
nenhum carro passa -
a televisão da vizinha
também está muda e
eu ainda sustento
algum plano -
apesar de tudo.

as folhas verdes
da arvore da frente
já estão ficando
amarelas e
esse é o sinal
de que o
maldito tempo
passa tão lento e
tão rápido como uma
doença

não ajuda, nada ajuda -
e é sempre pior
arrepender-se de algo
que talvez
podia ter sido feito
mas não
foi.

o arrependimento pode um dia
ficar mudo como os
pássaros hoje,
mas o pequeno monstro que
vive brigando aqui dentro
nunca fica mudo.

8 comentários:

  1. Muito bom o poema, gostei da sensação nostálgica e estranha, uma sensação meio que de vazio que tive ao ler.

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  2. esse foi o meu 11 do 11 do 11. Tudo, até a chuva fina nessa cidade absurdamente quente.

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  3. nossos monstros nunca podem adormecer ou emudecer. =) Parabéns, ótimo poema.

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  4. o seu é um bom palíndromo.
    simples, despretensioso... e por isso impressivo. mas um impressivo tranquilo, que deixa gosto, que convida a ficar.

    é iço.

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  5. E você não se acabou no fim do dia?

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  6. a natureza da melancolia ficou boa nos versos

    se possível, visite meu blog

    www.semente-terra.blogspot.com

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