sexta-feira, 30 de março de 2012

(...)
Sarah rompeu o silêncio.
- Uma pessoa precisa de muitas coisas para que olhem bem pra ela, ou é simplesmente lixo.
- Eu sei, ela precisa ser estúpida o suficiente. O mundo exige muito disso.
- Você precisa se movimentar mais. Largar esse copo, sabe? Viver - ela disse enquanto pedia mais uma dose de conhaque com canela.
- Tem gente que só acha a vontade de viver depois que morre...
- Mas aí não é preciso achar mais nada, terminam-se as buscas.
- É por isso!
Naquele momento, brindamos a ruína e toda a merda que cercava nossas vidas empoeiradas, sujas e lamacentas. Uma sequência de fatos, a rotineira catástrofe humana e suas inutilidades e futilidades. Fome de alimento, fome de amor e dor; corpos fedorentos, podres por dentro. Brindamos ao homem como uma raça morta, e ao sono como única esperança.
- Que seja eterno, que seja eterno... - sussurramos, por fim.
A noite caía lá fora, e todo o resto caía também.

5 comentários:

  1. Mais um daqueles seus textos que me fazem levar um tapa na cara. E que fazem com que eu me sinta em casa.
    Muito bom (como sempre, aliás).

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  2. Pequenos relatos que contém grande intensidade, sobressaem-se. Muito bom mesmo!
    Seus escritos tem uma característica singular e incrível.

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  3. sempre espero pelo próximo, cada vez melhor Guilerme.

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  4. e se eu falar que eu AMO seu blog hein???
    hahaha
    parabeens vc escreve muito bem.

    da uma passadinha no meu??
    http://vocetemmedodealtura.blogspot.com.br/
    beijos

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  5. Fazia um tempo que não espreitava por aqui... incrível esse texto, Guilherme! Não pare! Não pare de escrever... NUNCA!

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