Era estranho estar diante do fim. Abraça-la e não sentir nada além de um garrote preso à garganta, e na ponta dos dedos um formigamento de quase morte. Era estranho porque fazia calor e meus lábios, pela primeira vez, sentiram em seu pescoço um frio cadavérico.
Buscávamos, os dois, dizeres finitos e insignificantes num enorme cemitério de palavras, mas falar já era impossível afinal as palavras é que morreram primeiro, num outro momento, num outro tempo que não era aquele.
Soltamo-nos e cruzamos nossos olhos, negros como nuvens de tempestade, uma última vez.
Breu fez-se ao redor, misturando-se aos seus cabelos e engolindo aquele dia de verão. Nossos lábios, antes carne, agora eram lápides cinzas. Estávamos rígidos.
Aquele dia não era dia. Era tarde demais.
Buscávamos, os dois, dizeres finitos e insignificantes num enorme cemitério de palavras, mas falar já era impossível afinal as palavras é que morreram primeiro, num outro momento, num outro tempo que não era aquele.
Soltamo-nos e cruzamos nossos olhos, negros como nuvens de tempestade, uma última vez.
Breu fez-se ao redor, misturando-se aos seus cabelos e engolindo aquele dia de verão. Nossos lábios, antes carne, agora eram lápides cinzas. Estávamos rígidos.
Aquele dia não era dia. Era tarde demais.
Cara, que bom ver uma postagem nova aqui. "antes carne, agora eram lápides cinzas" ficou muito foda! Abraço, cara! Poste mais!
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