vi o Marcos explodir
pela boca essa noite,
seus olhos de carvão
apagaram por alguns minutos
e a mulher começou a chorar
machucada pela pior
das coisas
vi o Marcos explodir
essa noite e
seu nariz despejou
sangue na minha
blusa e
quando rastejou pelo
piso cinza - juntando pedaços,
os próprios pedaços
ele tentou levantar apoiando as
mãos úmidas na parede.
enquanto ele se debatia
para ficar em pé,
eu imaginava quando os outros
explodiriam também - cada qual
com sua bomba.
eu sei, é inevitável não cansar
de carregar tanta merda
em meio a todo o sangue
girando no corpo, sufocando
o coração
isso aqui, meu amigo
é só um solvente;
e por algum tempo
você esquece que
todos acabam praticando o
terrorismo.
quando sento
diante dessa maquina tremula e
batuco nas teclas, na verdade
estou explodindo
também.
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Todos explodimos, uma hora ou outra. Puta texto, velho!
ResponderExcluirexplodo do mesmo modo que o eu-lírico. hahaha
ResponderExcluir'eu sei, é inevitável não cansar
de carregar tanta merda
em meio a todo o sangue
girando no corpo, sufocando
o coração',
por mais trágico, ri desse poema. rsrsrs
Parabééns Guilherme. A cada dia escreve melhor! =D
Muito bom. Gostei do teu blog, escreves muito bem guri :)
ResponderExcluirFazia um tempão que eu não vinha aqui e ainda assim continuam ótimos (e cada vez melhor)todos os seus textos!
ResponderExcluirwww.umaformadepensamento.blogspot.com
Massa por aqui.
ResponderExcluirBelíssimo poema. Um dos melhores que encontrei na websfera.
ResponderExcluirConvido-te a visitar meu blog de poemas:
http://neologismopoetico.blogspot.com/
Abraço e parabéns!