sábado, 13 de novembro de 2010
Noites
Minhas noites sempre foram longas; não sei se pelo fato da minha dificuldade em dormir ou se pelos cigarros que acabam sendo sempre poucos quando a madrugada entra no quarto a passos pesados, sem bater na porta. Lembro-me com um sorriso bobo cravado na face, daquela noite fria e iluminada em que o tempo não parou. No gramado, você sentada por entre minhas pernas com a cabeça encostada em meu peito enquanto tentava aquecer-te com os braços. Eu não tinha mais cigarros e nem precisaria deles para suportar meus pés congelados e as infinitas horas daquele breu estrelado, que terminou por ser mais finito que minha própria vida. E la estavam dois conjuntos de ossos e carne e pele. Uma lua. Sei la quantas estrelas. E um relógio filho da puta anunciando o fim. Cada corpo caminhou para um lado e a noite assim terminou mais rápida que o piscar triste dos meus olhos, dos olhos de muita gente; justo quando desejei que durasse como as outras tantas que teimam em me tirar o sossego, o sono.
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"Cada corpo caminhou para um lado e a noite assim terminou mais rápida que o piscar triste dos meus olhos, dos olhos de muita gente; justo quando desejei que durasse como as outras tantas que teimam em me tirar o sossego, o sono". Velho, isso é incrível! Parabéns!
ResponderExcluirUm cometa de sinceridade. Puta que pariu, isso foi muito bom!
ResponderExcluirlindo demais.
ResponderExcluirvocê sabe quão bom você é...só se mantenha verdadeiro sobre suas próprias verdades e as palavras certas virão.
ResponderExcluir"(...)E la estavam dois conjuntos de ossos e carne e pele. Uma lua. Sei la quantas estrelas. E um relógio filho da puta anunciando o fim.(...)" Perfeita essa mistura de romantismo e casualidade. Parabéns.
ResponderExcluirconcordo com a menina acima. você mescla estilos muito bem.
ResponderExcluirAh, muito lindo!
ResponderExcluirUm ótimo texto, Guilherme (: