quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Luzes esfumaçadas

em algum outro tempo
entre as luzes esfumaçadas
e sujas
meus dedos brancos
e ásperos
encontrarão outra vez
seus longos e negros fios de cabelo
e neles hão de abrir
caminhos para nossos lábios,
para as montanhas
e os seus olhos,
iguais a pequenas jabuticabas
estarão sorrindo denovo

enquanto meu único erro
é esperar
e
te jogar para longe

e esperar;

a bebida fica escassa
os cigarros chegam ao fim
mas as luzes esfumaçadas nunca se apagam
nunca deixam a cidade
são iguais ao meu sangue
que não quer te deixar

Um comentário:

  1. Suas palavras possuem uma intensidade. São profundas. As vezes esperar não basta, agir é preciso para que não se perca a vida para o tempo.

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