quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Janela

Existe uma janela
iluminando todo
o estrume seco
que tenho
sob as mãos

Ela é triste
e
não pode cantar
e
não pode se envolver em cadeados

Se pudesse,
ela se fecharia
com cimento,
estancaria a luz
com tábuas de eucalipto

Esses papeis ficariam presos,
essa máquina
de tela colorida
chorando códigos, ficaria presa
na escuridão

Eu encaro a janela
com meus olhos de lama,
ela devolve os olhares
gosta de amedrontar
e me expor as vísceras
enquanto as coisas
dentro
e
fora
vão explodindo em convergência

Um comentário:

  1. E eu gosto de sonoridade, melodia em poesia,poema. E a sua me prendeu, me rendeu. Muito bom. Até.

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