O tempo está passando, Charlie
O mundo está derretendo
Vai virar chumbo, vai sobrar só dor
Nunca vai apagar isso com cuspe, Charlie
Nunca mais haverá inverno, Charlie
Nunca voltará a aquecer aquela boca
Não vai mais acender uma fogueira, Charlie
Vai se tornar a fogueira
Seus dedos finos e pálidos vão ser os gravetos, Charlie
Vão ser lenha, vão virar carvão
Seu corpo inteiro se desfazendo em cinzas, Charlie
Você desaparecendo -
montanhas de cinza e poeira
Seu amor sumindo até o último pelo, desintegrando
espalhando tinta por entre os prédios
Montanhas de ossos, poças de urânio, Charlie
Não olhe pra essa janela suja
Não tem nenhum pássaro lá fora
Ninguém te esperando - ninguém ouvindo suas historias
Nem vento e verde e abraços, Charlie
Aquele quintal nem está mais ali
Você não pode mais brincar, Charlie
Feche seus olhos
Mantenha a distancia do quadro que pintou
Você consegue
Aperte essa porra de gatilho, Charlie
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Eaew, Charlie.
ResponderExcluirJohn mandou saudações! Não morre não, parceiro.
Gostei bastante da idéia e da forma como foi construído, mais e mais vejo pessoas escrevendo nessa mesma linha, seremos os vanguardista? Porém o nome Charlie, tal como sua repetição arranha a leitura.
ResponderExcluirLindo mesmo, é claro, todos sabemos que só o autor entende o verdadeiro sentido de seu texto, mas a forma como você passa a ideia de querer se convencer de algo "impossível" é perfeita!
ResponderExcluirwww.umaformadepensamento.blogspot.com